Doce ilusão.

Doce ilusão vestida de vermelho.
Chega veloz para me roubar um beijo.
Me captura com intensidade pra me fazer de refém.
E eu, iludida, aceitei mais uma vez.

Doce ilusão que revirou minhas gavetas.
Rebocou o meu batom.
Rebolou na minha frente,
mas não queria me ver dançar.
Contraditório, mas me silenciei e me entreguei, como se não fosse me machucar.

Doce ilusão.
Me fez refletir sobre a importância do perdão.
No entanto, sentia que era uma recaída.
Uma espécie de manipulação.
Será mesmo que deveria beijar mais uma vez aquelas mãos?

Doce ilusão, quer me ver ajoelhada?
Ela disse que sim e carregava uma faca.
A faca não estava visível.
A faca estava nas costas.
Porém, eu tão tímida, tão apaixonada, tão desprevenida...
Como repararia?
A ilusão me chamou para uma última dança com a intenção de me matar.