Para a vida.

Julia Coelho
1 min readFeb 26, 2024

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Desassoreamento. Ar fresco. Quero um trago de lucidez e o calor do momento, apesar de amar o calor do sol e o calor de um beijo. Vou fazer algo arriscado de repente, aquele tipo de algo que comove e gera borboletas no estômago. Quero amores que tenham sabor de adolescência, um pouco de inocência e uma dose de intensidade, tipo uma massagem no momento que você mais precisa relaxar. Sou como uma velha triste carente segurando rosas que ela mesma comprou, esperando por um amor de arrancar o fôlego, mas que nunca chega. Meu riso tem sido doentio, uma espécie de risada forçada, mas eu quero rir de verdade. Quero um vinho de Portugal. Violetas. Mudas de hortelã. Tô tristonha e muda perante ao medonho. São fantasmas que invadem meus sonhos segurando 100 canetas e sei que precisarei escrever com todas elas até as mãos cansarem e aí precisarei comprar mais canetas. Canetas. Canetas. Canetas. Atmosfera romântica, poética, inefável como o amor. Desassoreamento. A vida tem lodo, tem musgo, mas é muito bela. Almejo ficar em silêncio agora para sentir a graça desse descobrimento sincero. É vicioso aproveitar a vida. Vou me cultuar, me adorar, me aceitar e me abraçar. Não vou pedir autorização pra viver.

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Julia Coelho

Escritora e poeta, multifacetada na arte, morrendo e renascendo através das palavras. @Juulia.coelho no Instagram!