Eu fico.
tenho ânsia por romance e pelos versos que nunca foram escritos.
eu grito por socorro, quase que eu morro, de tanto sentimentalismo.
na madrugada tudo é esquisito.
o mundo descansa e eu fico.
não custa nada ficar,
bobo é quem não fica.
eu fico.
junto com os vagalumes extintos e com os riscos
junto com os sonhos não realizados e com os discos esquecidos.
essa velhice do meu coração nunca ajuda,
coleciono antiguidades na nuca
e tenho esperança que tudo se resolva,
mas, amanhã nada muda.
acho que estou desvanecendo na neblina dos inadequados.
enquanto todos estão satisfeitos,
os meus desconcertos sempre pedem por mais.